29 de jan. de 2011

ABGLT apoiou oficialmente 1a. Parada LGBT de Rio Verde/GO e Região

(*) Nosso sistema operacional do blog sofreu pane crítica, tivemos que recriar o blog e, por esta razão só conseguimos recuperar e reproduzir neste novo blog parte do nosso arquivo de postagens. A postagem abaixo é uma recuperação de arquivo postado em 2010.
Em documento oficial enviado ao presidente da organiaação não-governamental (ONG) Associação por Cidadania e Direitos Humanos LGBT de Rio Verde/GO (ACDHRio), o presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (AGBLT), o paranaense Toni Reis, manifestou o apoio da entidade nacional à 1a. Parada da Diversidade e Orgulho LGBT de Rio Verde/GO, evento promovido e em produção pela ACDHRio.
A seguir, a íntegra do documento oficial da ABGLT enviado à ACDHRio:
Documento oficial da ABGLT enviado à ACDHRio.

            A ABGLTAssociação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais – é uma organização não governamental de abrangência nacional, que atualmente congrega 237 organizações afiliadas em todos os Estados brasileiros e tem como missão: promover a cidadania e defender os direitos de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais, contribuindo para a construção de uma democracia sem quaisquer formas de discriminação, afirmando a livre orientação sexual e identidades de gênero.
            Neste sentido, a ABGLT vem a público parabenizar e apoiar a iniciativa do Movimento LGBT de Rio Verde que vem se organizando para realização da sua 1ª Parada da Diversidade e Orgulho LGBT.
            A Parada é a manifestação pública do nosso Movimento onde, juntas e juntos, entre militantes, sociedade e Governo, colocamos que nossa luta é pela construção de uma sociedade mais justa, igualitária e democrática para todas e todos.
            Em diversas áreas a população LGBT ainda não tem acesso ao pleno exercício da cidadania, em parte devido ao preconceito e a discriminação aos quais ainda está sujeita. Esta marginalização social eleva a vulnerabilidade de nossa comunidade à violência, ao estigma e a doenças como o HIV/Aids. Podemos citar como exemplos:
·         Uma pessoa LGBT é assinada em média a cada dois dias no Brasil, pelo fato de ser LGBT (fonte: Grupo Gay da Bahia);
·         Recente pesquisa da Fundação Perseu Abramo indicou que 99% das pessoas entrevistadas afirmaram que os outros têm algum grau de preconceito em relação aos homossexuais;
·         Pesquisa da UNESCO, realizada no Brasil, demonstrou que 40% dos alunos masculinos não gostariam de ter um(a) colega LGBT na mesma sala aula;
·         Pesquisas realizadas nas Paradas LGBT de São Paulo, Rio de Janeiro e Recife indicaram que 56% dos LGBT entrevistados já sofreram agressão verbal, 19% já sofreram agressão física e 69% já sofreram discriminação por ser LGBT (Fonte: CLAM, 2007).
·         A probabilidade de estar infectado entre os gays e outros homens que fazem sexo com homens (HSH) é 11 vezes maior que entre os homens heterossexuais (Fonte: Scwarcwald & Barbosa, Brasil, 1999);
·         Segundo o Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, a queda no número de casos de Aids nesta categoria de exposição foi inferior ao esperado, mantendo-se em um patamar elevado, porém estável, de em torno de 4.000 casos anuais, desde o ano 2000. A mesma fonte de informações também afirma que a taxa de crescimento entre jovens nesta categoria apresenta médias superiores às encontradas em outros grupos populacionais na mesma faixa etária. (Fonte: Plano Nacional de Enfrentamento da epidemia de Aids e das DST entre Gays, HSH e Travestis);
·         Segundo levantamento dos Planos de Ações e Metas em HIV/Aids de 2006, realizado pelo mesmo Departamento, apesar dos dados epidemiológicos apresentados acima, apenas 2% do total de recursos destinados à prevenção na Região Centro-Oeste foram investidos na área de prevenção associada a atividades com gays e outros HSH. (Fonte: Apresentação “Agenda Afirmativa” 12/06/07 – PN-DST/Aids).
            “O que tenho percebido durante minhas viagens é que muitas vezes não investimos nas prioridades certas. A prevenção ao HIV é um direito humano. Isso significa que aqueles sob maior risco devem ser protegidos primeiro.” (Michel Sidibé, Diretor Executivo do UNAIDS – Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids, em Prevenção na Rede, abril de 2009).
            O reconhecimento destes e de outros fatos tem se configurado em uma das várias prioridades do Governo Federal, que elaborou o Programa Brasil Sem Homofobia, convocou e realizou a I Conferência Nacional LGBT, e lançou o Plano Nacional de Cidadania e Direitos Humanos LGBT, que está promovendo políticas públicas específicas nesta área.
            As Paradas são a forma que nossa comunidade encontrou de expressar suas reivindicações para que o quadro descrito acima melhore, e também servem para tornar nossa comunidade mais visível e contribuem para diminuir o desconhecimento, a desinformação e a ignorância que são as raízes do preconceito e discriminação contra LGBT.
            Daí a importância do Executivo Municipal de Rio Verde apoiar a 1ª Parada da Diversidade e Orgulho LGBT.
            Juntas e juntos, Governo, Sociedade Civil, Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais, venceremos a HOMOFOBIA e a epidemia da Aids.
 Curitiba, 13 de agosto de 2010.
 
Toni Reis
Presidente da ABGLT


A 1a. Parada da Diversidade e Orgulho LGBT de Rio Verde/GO está marcada para o domingo, 12 de setembro, com concentração a partir das 13:30h, no Calçadão da Avenida João Belo, ao lado do Parque de Exposições Agropecuárias, na região central de Rio Verde.