Até agora, Rio Verde (GO), uma das mais importantes cidades de Goiás, contabilizou três assassinatos de travestis.
A travesti Patrícia foi executada com dois tiros no tórax. (Imagem: Site Plantão Policial RV) |
De acordo com informações do site Plantão Policial RV, na madrugada desta terça-feira, 20/12, por volta de 4h00 da manhã, o cidadão Fernando "de Tal", popularmente conhecido como a travesti Patrícia, encontrava-se no pátio do Posto Horizonte, na Vila Maria, em Rio Verde (GO) quando, de repente, segundo versão de testemunhas, um homem que conduzia um veículo Gol, cor prata, teria dito a travesti: "Ou me paga, ou morre”.
Segundo informações de colegas da travesti, Patrícia disse ao homem que não tinha dinheiro. Imediatamente, o motorista do Gol sacou um revólver e efetuou aproximadamente seis disparos na direção de Patrícia. A travesti foi baleada no tórax por dois projéteis da arma de fogo. Patrícia não resistiu aos ferimentos e morreu no local.
Segundo informações, a travesti Patrícia fazia programas para sustentar sua dependência de drogas. Ela, segundo informações, era viciada em crack. O local onde Patrícia foi executada é bastante utilizado por profissionais do sexo femininas, travestis e usuários de drogas. O sargento-PM Miranda e o soldado-PM Alves foram ao local, realizaram vários patrulhamentos na região, mas o autor do crime não foi localizado. A vitima não portava documentos, uma equipe do Instito Médico Legal levou o corpo para a sede do IML.
A Associação por Cidadania e Direitos Humanos LGBT de Rio Verde/GO e Região (ACDHRio) e a Rede de Organizações LGBT do Interior do Estado de Goiás (REDELGBT-GO) lamentaram o mais este crime contra LGBT ocorrido em Rio Verde (GO) e no Estado.
"Geralmente expulsas do convívio familiar e do convívio social por conta do forte preconceito, da forte homofobia, estes seres humanos se veem fragilizados e, em sua maioria, buscam na prostituição, um meio para garantir a sobrevivência e, nas drogas, um mecanismo ilusório de fuga de seus dramas particulares, comentou o presidente da ACDHRio e da REDELGBT-GO, o jornalista e bacharel em Direito, Terry Marcos Dourado.
"Confiamos nas autoridades públicas e da segurança pública de Rio Verde e de Goiás para que cheguem, o mais breve possível, aos autores destes bárbaros crimes que têm ocorrido com cada vez mais frequência em nossa sociedade rio-verdense e em todo o território goiano e, uma vez descobrindo os autores dos crimes, lhes sejam aplicadas as penalidades cabíveis com todos os rigores da legislação penal brasileira. A ACDHRio e a REDELGBT-GO só têm a lamentar e a repudiar ocorrências desta natureza e cobrar providências das autoridades competentes. E isso, estamos fazendo", finalizou Dourado.